Manifestações populares sempre fizeram parte da história do Brasil. Em Rio Negro, assim como em diversas cidades do país, houve manifestação no último dia 7 de setembro, além de outras realizadas ao longo dos últimos anos. A história nos revela uma manifestação que teve grande importância para a cidade no século XX.
No dia 12 de junho de 1863 foi instalada a primeira Agência Postal de Rio Negro-PR. O primeiro agente foi o Sr. Zeferino José do Rozario, que foi nomeado por Decreto do Presidente da Província. A agência havia sido criada no dia 7 de abril de 1863 pelo Governo Imperial.
Até meados de 1930 a agência funcionou na Rua XV de Novembro. A partir de 1945, aproximadamente, ela funcionou na esquina da Praça João Pessoa (onde atualmente há o calçadão). Mais tarde ganhou um prédio próprio na Praça Max Wolf.
Mas foi em 1932 que a possível mudança de endereço da agência foi motivo de protesto em Rio Negro. Naquele ano o Governo pretendia reunir numa só agência os serviços postais de Rio Negro e Mafra-SC. A nova agência ficaria em Mafra.
Houve manifestação popular para que a agência de Rio Negro continuasse funcionando. E deu resultado, pois a agência continua funcionando na cidade até hoje. E Mafra também possui sua agência atualmente, criada em 15 de outubro de 1935.
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Na “Revista Comemorativa do Cinquentenário do Município de Mafra” de Napoleão Dequech há o relato:
Nossa querida amiga professora Nazira Gemael, participante do movimento para impedir a saída da Agência dos Correios de Rio Negro, nos relata o seguinte: Pela manhã do dia determinado para dar-se a mudança, ela, no Grupo Escolar, inconformada, relatou o que estava por acontecer no período da tarde daquele dia. Então convocou suas colegas para fazerem uma demonstração de protesto em frente à Agência dos Correios. Assim procederam, porém o número de pessoas presentes era insuficiente para causar impacto. Não se intimidaram, ela e Dona Ivone Ferreira sua amiga e também professora, subiram na torre da Igreja Matriz, e com dificuldade, conseguiram bater em ritmo de chamada, os sinos da igreja. Em seguida receberam ajuda de meninos acostumados a esse trabalho. Aos poucos a Rua XV estava lotada, todos aderindo a causa de impedir a saída da nossa Agência dos Correios. O funcionário chegado de Curitiba com o trem, encarregado de proceder a transferência, ao deparar com a manifestação, nada fez, retornando a Curitiba no próximo trem, dentro da mesma hora. Estava salvo o nosso Correio.
Não tinha conhecimento dessa passagem….muito bom…. parabéns pela matéria 👏👏👏